Tenho um texto no Mindflow que discute dessa lógica. O influencer ideal, para as plataformas, é um corpo que: → trabalha muito → aparece sempre → nunca some → obedece ao algoritmo www.blogs.unicamp.br/mindflow/o-i...
Tenho um texto no Mindflow que discute dessa lógica. O influencer ideal, para as plataformas, é um corpo que: → trabalha muito → aparece sempre → nunca some → obedece ao algoritmo www.blogs.unicamp.br/mindflow/o-i...
Esse corpo dócil é moldado para performar exatamente o que o sistema espera: leveza, humor, aparência agradável, constância. Mesmo quando o tema é sério. Mesmo que o jovem se coloque em risco Mesmo quando o tema é ciência.
Mas será que toda ciência cabe nesse molde? Será que todo comunicador deve, quer ou consegue ser esse corpo disponível, produtivo e obediente? Spoiler: não.
E aqui entra outra questão importante: Nós precisamos viralizar? Essa pergunta está em outro texto do Mindflow. E essa pergunta muda tudo. Porque comunicar ciência não é só sobre alcance. É sobre contexto. É sobre cuidado. www.blogs.unicamp.br/mindflow/nos...
Viralizar tem custo. E quem produz conteúdo sabe. O viral exige: → quantidade → velocidade → presença constante → adaptação a trends → exposição do íntimo → neutralização de conflitos → esvaziamento político do discurso → haters
E aí: queremos formar influencers da ciência… ou queremos formar comunicadores críticos, criativos, livres? Queremos ensinar truques para crescer no digital ou queremos debater o que significa existir na internet de forma ética, digna e sustentável?
Porque se a gente só ensina a viralizar… Sem ensinar os riscos, os limites, os atravessamentos emocionais, principalmente se tratando de menores de idade… A gente tá treinando gente para virar engrenagem de plataforma. Entende?
Uma produtora de conteúdo que eu sigo está fazendo uma chamada para criativos discutirem o algoritmo baseado nos criadores e não no "mercado" justamente para melhorar a relação entre o que os sites acham que queremos e o que realmente queremos.
Pensa só: → adolescentes lidando com haters → jovens moldando o próprio corpo e comportamento para agradar público → criadores esgotados porque “parar” significa sumir → O debate científico sendo esvaziado
ISSO NÃO É DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA. ISSO É ECONOMIA DE ATENÇÃO. E adivinha quem lucra? As plataformas. - Nunca o criador. - Quase nunca o público. - Raramente a ciência.
Claro: comunicar ciência nas redes é extremamente importante. Mas a gente precisa lembrar que o centro não pode ser só o número de visualizações - Tem que ser o processo. - Tem que ser o cuidado. - Tem que ser o corpo.
Influencers da ciência existem, sim. Mas precisam existir com: → autonomia → saúde mental → consciência crítica → liberdade de linguagem → espaço para ser mais do que algoritmo quer
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